Guia da Copa do Mundo de Futebol Feminino França 2019 - História

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Olá galera do +maisesporte!

Não podemos falar da Copa do Mundo de 2019 sem lembrar das edições anteriores, pois como dizia o poeta "É preciso conhecer o passado para entender o presente" (ou algo pareceido).

Para que a Copa do Mundo Feminina desse ano tivesse todo o apelo e interesse que estamos vendo, tivemos várias guerreiras que lutaram pelos campos do mundo para fazer dessa competição o que.

A primeira edição ocorreu em 1991, na China. Mas a ideia de ter um torneio mundial de futebol feminino surgiu um pouco antes. Em meados dos anos 80, vários países, como Brasil e Estados Unidos, começaram a ter um crescente aumento no número de praticantes mulheres do esporte e começaram a formar seleções nacionais que passaram a se enfrentar mais regularmente em amistosos. Foi então que durante o congresso da FIFA na Copa de 1986, no México a ideia foi colocada a mesa: criar uma Copa do Mundo para o futebol feminino. 

Antes, em 1971, o próprio México havia sediado uma Copa do Mundo feminina não oficial, com 6 equipes e vencida pela Dinamarca. Então, em 1988, A FIFA oficialmente resolveu fazer um teste, criando um torneio para saber se seria viável a criação da Copa do Mundo. Disputado na China, o evento teve 12 equipes de todos os continentes e acabou vencido pela Noruega sobre a Suécia, com o Brasil ficando em terceiro. Com mais de 30 mil pessoas assistindo a final, o evento foi considerado um sucesso e em 30 de Junho de 1988 a FIFA anunciou que em 1991, na mesma China, seria disputada a primeira Copa do Mundo de Futebol Feminino.


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Poster do Torneio teste da FIFA de 1988
O que aconteceu desde então foi o crescimento da modalidade e da competição. Na edição de 1991, as americanas conseguiram desbancar a Noruega por 2 a 1 se tornando a primeira campeã do mundo. 12 equipes participaram e o Brasil acabou na 9ª posição.


EUA: Primeiro campeão do mundo
Assim como a Copa do Mundo masculina, a das mulheres também passou a ser disputada de 4 em 4 anos. Em 1995, o primeiro desafio era saber se na Europa o torneio teria o mesmo sucesso. A Suécia, que em 1992 recebera a Eurocopa masculina, foi escolhida como sede. Os públicos ficaram bem abaixo da edição anterior. Mesmo sem o país da casa, a final na China teve mais de 60 mil espectadores, enquanto na de 95, também sem o anfitrião, mas com um país vizinho, a Noruega, teve só 17 mil, em um estádio para 50 mil pessoas. Na final, a Noruega venceu a Alemanha por 2 a 0. 

Nesta edição, também com 12 equipes, o Brasil também não foi bem, ficando em 10º.


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Noruega comemora vitória sobre a Alemanha em 1995
Depois da Ásia e da Europa, era a vez de testar a popularidade do evento na América e em 1999, foi a vez dos Estados Unidos receberem  torneio, aproveitando o impulso que a Copa de 1994 deu ao "soccer". O resultado foi acima do esperado.

Para começar, o torneio passou de 12 para 16 times, mostrando o aumento do interesse dos países. Em público, os jogos tiveram uma média de mais de 37 mil torcedores, superando as edições anteriores. A final, teve o recorde histórico, com 90.185 mil pessoas no Rose Bowl para ver as americanas serem bicampeãs nos pênaltis, derrotando a China.

Para o Brasil, o torneio foi bom também. Comandadas pela craque Sissi, uma das artilheiras da Copa com 7 gols e bola de prata do torneio, ficamos na terceira posição, após perder para os EUA na semifinal e ganhar da Noruega nas penalidades na disputa do bronze.


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Foto da jogadora americana Brandi Chastain tirando a camisa e vibrando com o título em 1999 virou capa de revista e viralizou na época
Para a edição de 2003, a FIFA sofreu um grande golpe. Primeiro, a crise financeira causada pela falência da parceira ISL, que cancelou alguns torneios como o Mundial de Clubes de 2001. Segundo, pois a entidade escolheu a China para ser a sede pela segunda vez, mas a epidemia da gripe SARS, também chamada de gripe asiática, assustou a todos, pois a China era o país com mais casos e mais mortes.

Com medo, as seleções manisfestaram seu desejo de não viajar à China, colocando o torneio em xeque. Apenas em Maio de 2003, quatro meses antes do torneio, a FIFA decidiu mudar a sede, entregando a organização aos EUA, que já tinha tudo pronto e era o país mais popular do futebol feminino.

Toda essa confusão atrapalhou um pouco o sucesso do evento, que teve média só de 20 mil torcedores e uma final realizada em um estádio menor, com apenas 27 mil pessoas, que viram a Alemanha ganhar seu primeiro título derrotando a Suécia por 2 a 1 na prorrogação. O Brasil, que já contava com uma jovem de 17 anos chamada Marta, caiu para as suecas nas quartas de final.


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Alemanha campeã em 2003
Para compensar as chinesas, a FIFA entregou a elas a organização do mundial de 2007. Essa edição foi muito especial para as brasileiras, pois foi lá que conseguimos chegar a nossa primeira final, após derrotar de forma incrível, por 4 a 0, as americanas, que em 2004 nos venceram na final olímpica de Atenas, na semifinal.

Na decisão, ficamos perto de ganhar. O Brasil chegou a ter um pênalti a favor, mas a goleira Angerer defendeu a cobrança de Marta. No fim, as meninas foram castigadas com a derrota por 2 a 0 e o bicampeonato da Alemanha.



Em 2011, as campeãs do mundo foram as anfitriãs. A Alemanha organizou o torneio de forma impecável. Estádio modernos, padrão FIFA e um show. Pela primeira vez, tivemos uma disputa aberta para a escolha da sede, com Austrália, França, Suíça, Canadá e Peru também participando.

Em campo, o Brasil vinha motivado por mais um vice-campeonato olímpico, com Marta no seu auge, mas novamente acaram castigadas, com um gol sofrido nos acréscimos da prorrogação contra os EUA e a derrota nos pênaltis. Na final, as americanas viram o Japão, de Homare Sawa surpreender e ganhar pela primeira vez uma Copa.


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Japão campeão em 2011
Para fechar, em 2015, o Canadá recebeu a última edição e com novidades: o sucesso do evento expandiu o número de participantes de 16 para 24. Desta vez, o Canadá superou apenas o Zimbabwe na escolha da sede. Com a bola rolando, o Brasil não foi bem. Passou a primeira fase invicto, sem tomar gols, com 100% e melhor campanha. Mas na hora que não podia, tomou só 1 golzinho, foi derrotado pela Austrália e deu adeus nas oitavas de final, ficando em 9º no geral.
Quem cresceu e muito nesse torneio foram as americanas, que foram crescendo e derrotaram na final, em um jogo histórico, onde com 14 minutos fizeram 4 a 0, o Japão, pelo placar de 5 a 2.




Agora que você conhece um pouco mais da história desse torneio, chegou a hora de voltarmos para 2019 e conhecer mais da França. No próximo post do guia, iremos conhecer cada um dos 9 estádios. Até mais.

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Luis Ventura

Autor

Formado em Jornalismo pela Universidade Nove de Julho e em Comunicação Visual na ETEC Carapicuíba e futuramente em Processos Multímidias. Apaixonado por esportes, é locutor esportivo nas horas vagas e compartilha sua emoção transmitida nas narrações através do +MaisEsporte.

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